Por que já feneceram essas rosas?
Talvez falta de chuva; mas eu posso
Regá-las com a torrente dos meus olhos.
Em tudo aquilo que até hoje eu li,
Ou em lendas e historias que ouvi,
O amor nunca trilhou caminhos fáceis:
Seja por desavenças de família...
Ó cruz, grande demais para ser leve.
Ou por um desacerto nas idades...
Ó ódio, que separa velho e jovem.
Ou por interferência dos amigos...
Ó inferno, ver o amor com olhos de outros.
Ou quando existe acordo na escolha,
A guerra, a morte ou a doença atacam
E o transformam em som que mal se ouve,
Em sombra célere, em sonho rápido,
Em breve raio que no negror da noite
Que num momento mostra o céu e a terra,
Mas antes que alguém possa dizer "Veja!"
É devorado pela escuridão:
O que brilha, num instante se confunde.
Se o verdadeiro amor sempre sofreu,
Deve ser uma regra do destino.
Ensinemos então às nossas dores
A paciência, cruz que é costumeira,
Tão devida ao amor quanto lembranças,
Sonhos, suspiros, lágrimas, desejos,
Que são o séquito da fantasia.
Sonho de uma noite de verão Willian Shakespeare
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